quinta-feira, 10 de setembro de 2009

(diário do Nordeste-2005) Reaproveitar alimentos é saída para fome.

O desperdício de alimentos é um dos fatores que contribuem para a fome no País. Somente na Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), cerca de seis toneladas de alimentos são desperdiçadas. Esses alimentos não são estragados, mas sim frutas maduras e verduras que poderiam compor a dieta de pessoas carentes.

A educação é um fator essencial até para o trato com os alimentos. Muitas entidades lutam para evitar o desperdício de alimentos, utilizando como ferramenta o reaproveitamento integral de frutas e verduras. Com um pouco de criatividade, o que antes tinha como destino o lixo, passa a ser a refeição principal de muitas famílias. A nutricionista Gorete Pereira afirma que é possível criar várias receitas com cascas de frutas e outros alimentos que não são considerados nobres.

O abacaxi, a abóbora e até a farinha de mandioca ganham novas atribuições com as receitas de reaproveitamento. As sobremesas são as principais opções para a utilização do material ainda não aproveitado. Bolos e doces ganham um sabor especial com o acréscimo desses ingredientes e não perdem o principal atrativo: o sabor.

O reaproveitamento de alimentos passa também pelo processo de higiene no trato com as frutas e verduras e pelo correto armazenamento. Mas a preparação das receitas é o principal atrativo. Durante o I Festival de Alimentação Saudável, promovido pelo Sesc Ceará, um concurso de receitas de reaproveitamento de alimentos agitou a semana e possibilitou a popularização desse novo hábito e a troca de experiências entre participantes e promotores de oficinas do Sesc.

O resultado de algumas dessas receitas foi exposto para degustação e o público aprovou. O bolo de casca de abacaxi, o doce de casca de abóbora (jerimum) e o bolo de farinha de mandioca foram a sensação do festival. As vantagens das receitas de reaproveitamento são várias, desde a praticidade, ao teor mais saudável e baixo custo. A prática de utilizar todo o potencial nutritivo dos alimentos já é uma realidade vivenciada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), no Interior do Estado.

O caju é um das frutas que têm seu potencial aproveitado ao máximo. Depois da retirada da castanha, que tem valor comercial, o pedúnculo era jogado fora pelos produtores há alguns anos atrás. Mas de uns tempos para cá é matéria-prima para 20 tipos de receitas, do licor e doce de caju, já tradicionais, ao hambúrguer de caju, o bife, a paçoca, o pastel, o biscoito e sopa, todos tendo o caju como principal ingrediente.

Iniciativas como essa desenvolvidas pelo Senar, além de evitarem o desperdício, incentivam o consumo de produtos regionais, resgatando a culinária local e evitando o consumo excessivo de produtos industrializados.

1 comentários:

...... disse...

Adorei a matéria apresentada no Diário do Nordeste!!!!
Acredito que se todas as pessoas souberem aproveitar melhor os alimentos teremos um índice visivelmente menor de pessoas passando fome e um aumento significativo de pessoas bem nutridas...

10 de setembro de 2009 às 21:01

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